segunda-feira, 15 de maio de 2017

Folhas soltas

Agradeço aos deuses

Agradeço o amor à vida, a capacidade de renascer, de me voltar a pôr de pé e continuar a sorrir.
Agradeço o meu sentido maternal e aglutinador, a minha capacidade de unir os meus filhos e os meus netos.
Agradeço a minha curiosidade insaciável e poder continuar a surpreender-me.
Agradeço a serenidade com que entro na última fase da minha vida.

Matriarca
Lembrava-se da matriarca daquele filme que vira há alguns anos atrás.
Figura imensa, maternal, justa e liberta, criando um circulo uterino, um porto de abrigo, onde as mulheres se acolhiam quando num mundo comandado pelos homens, precisavam de uns braços ternos e fortes que as protegessem das tempestades. À sua volta estavam as mulheres da família, a empregada doméstica que um filho estouvado e inconsequente engravidara, e também o amante, amigo, cúmplice e confidente de toda a vida.
As mulheres soberanas, portadoras da vida, defensoras da eternidade.
Ela abrira os braços à amiga, desfeita por um amor impossível, o coração dilacerado, o tempo a parar porque não concebia a ideia de continuar a viver. E ofereceu-lhe a sua generosidade, a sua capacidade de ouvir e sentir… recebendo em troca lágrimas libertadoras e um sorriso comovido!





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