terça-feira, 2 de junho de 2015

Vertigem

Deixou que ele entrasse na sua vida, abriu as portas à paixão e ao desejo. Não sabia, não queria saber se havia futuro. Só o presente contava no tumulto das emoções. Cada dia a aproximava mais do fim, e  o fim seria demasiado doloroso,
O passado esfumaçava-se na voragem do presente. Presente que se transformava em passado a cada minuto.
Tudo os separava e tudo parecia uni-los. A crueldade dos encontros desencontrados. O fim, a coragem para abrir a porta e dizer adeus.
Adeus ao presente e saber que o futuro acalmará o que não se quer acalmar, o que não se quer esquecer. Guardar na memória o perfume perturbador, silencioso, capaz de despertar emoções e sentir-se despedaçada pela ausência.
A porta está ainda aberta, as mãos agarradas mas os dedos soltam-se. "Não posso esquecer.-te. Foi tudo demasiado importante.". "Quero acreditar no destino.".
 Em silêncio ela olha o destino que agora se afasta...

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