Continuar a ser diferente, inventar personagens
como Pessoa.
Misturar todas, dar-lhes vida e sem remorsos deixá-las livres de cometerem todos os pecados. Contar
uma história, parar no momento oportuno e depois recomeçar, recomeçar
sempre, esse era o segredo.
O caminho era cheio de curvas, não era possível relembrar tudo, nem mesmo
quando encostava
a memória ao passado. Perdera a esperança de apaziguar as emoções, os sentimentos; impossível pôr ordem na sua história de vida. Precisava
de destrinçar os vários capítulos que se entrelaçavam uns nos outros, onde se perdiam e
encontravam, amizades,
amores, ódios e paixões.
Queria seguir em frente, por um corredor que não fosse labiríntico,
esperando encontrar no fim do percurso uns braços abertos prontos a abraçá-la. Sentar-se por fim
na areia e contemplar o horizonte finito e infinito
onde o seu espírito se podia perder. E depois dar a mão a
alguém e repousar
a cabeça no seu ombro.