sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A linha do horizonte


Era um sentimento estranho e diferente que a invadia. Uma imensa nostalgia, e a certeza clara e dura, que havia coisas perdidas para sempre. Mas havia outras que queria ainda fazer, que deviam ser feitas, não se perdoaria deixá-las ao acaso.
Passa os dedos pelos cabelos, está só mas a solidão não lhe pesa, dentro de si as recordações dançam como se de um bailado se tratasse.
Olha pela janela, o sol põe-se no horizonte.


Partir para longe dissera ele. “Quero ir para onde ninguém me conheça, esquecer que te amei e recomeçar de novo.”
Ela calou-se, não respondeu; achava tudo aquilo um disparate, como se fosse possível não arrastar consigo o passado, a memória, os risos e as lágrimas.
“Não dizes nada…”
“Vai, vai para longe, não te libertarás nunca de mim. É a única coisa que eu sei.
Ele olhou-a espantado e saiu deixando a porta aberta.


O tempo um dia achamos que o temos todo. Sem darmos por isso chegamos a meio e depois inexoravelmente o tempo ficou tão curto que nos surpreende.

O tempo… estranha noção.

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