Abriu a
janela de par em par, a luz intensa da manhã fê-lo fechar os olhos. O silêncio
era absoluto, só uma leve brisa e o cheiro forte do jasmim davam vida àquele
lugar. Todo o resto mais parecia um cenário.
Olhou à sua
volta, as madressilvas no fim do jardim, as árvores carregadas de flores
brancas, prenhes de todos os frutos que estavam para nascer.
No lago os
nenúfares dormiam ainda. A água parada, transparente e límpida, como se nada ou
ninguém pudesse alguma vez mudar fosse o que fosse. Das folhas das roseiras cai
uma gota de orvalho, formam-se círculos, um pássaro pousa na beira do lago,
mergulha o bico e sacode a cabeça, parece gostar.
Ele sorri,
não, não é cenário, é o jardim da sua infância perdida e julga naquele momento
ver reflectida na água a imagem da sua mãe querida.
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