Disseste que “me amavas e que seria para
sempre.” Sorri céptica. “Tudo na vida é provisório, meu amor, tudo. A única coisa
que temos a certeza de ter é o que vivemos ontem e talvez o que vivemos hoje.”
Olhaste-me espantado, não esperavas a
minha reacção…”Mas tu és minha, eu sou teu…”
“É isso mesmo” respondi-te; “não gosto
de espaços fechados, sufoco…A posse é um terreno escorregadio e perigoso. Não
me convides para essa viagem onde rapidamente me perderias”.
O silêncio tomou conta de nós. Estamos
em campos opostos. Um queria dar, o outro possuir. Se abríssemos os braços para
nos aconchegarmos ficaríamos reféns um do outro.
As flores renasciam à nossa
volta, vivas e frágeis. Apanhei um malmequer e dei-to “Malmequer, bem me quer, muito, pouco, nada".
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