segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Desafios - Um pinhal - Um cesto de verga



  
O pinhal era a paisagem da sua infância e adolescência. No Verão as pinhas caíam e a caruma atapetava o chã; cheirava a calor e a liberdade. O cheiro está dentro dela, vivo para sempre na memória e o pensamento procura encontrar a sensação antiga da liberdade perdida.
O cesto de verga que segura no braço está vazio, quer enchê-lo de memórias felizes, enterradas fundo, tão fundo que só a liberdade pode ser capaz de as trazer à superfície.
Liberdade de pensar, amar, escolher, sofrer. 
O cesto ainda está vazio e de repente um cão branco aparece, traz na boca uma pinha que deixa cair a seus pés, depois corre novamente e traz outra pinha e mais outra e outra. O cesto está agora cheio, e o cão branco fugiu sem deixar rasto.
As pinhas libertam o perfume do sonho e da imaginação, onde tudo era possível, quando o passado ainda não existia, e o futuro era a eternidade.

Os anos apagavam-se como se nada tivesse acontecido, ficava só aquela sensação luminosa de um espaço imenso que podia ser conquistado.

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